segunda-feira, 2 de novembro de 2015
O que é enxertia?
A enxertia é uma associação íntima entre duas
partes de diferentes plantas que continuam seu
crescimento como um ser único. São consideradas
duas plantas: o cavalo ou porta-enxerto que é a
planta que contribui com o sistema radicular,
assegurando a nutrição mineral; e o cavaleiro ou
enxerto que é a planta de características nobres que
se quer reproduzir, que forma a copa e frutifica,
sendo responsável pela absorção da luz do sol e do
carbono do ar para transformação da seiva bruta em
seiva elaborada, essencial à vida da planta.
Os tecidos das plantas enxertadas não se unem
completamente. Há sempre uma visível linha de
separação entre elas. Cada planta conserva sua própria
individualidade. Mas a seiva circula entre elas,
permitindo-lhes uma vida comum. Os porta-enxertos,
geralmente, são obtidos através de sementes (“pésISSN
1415-0891
92
Julho, 2005
Porto Velho, RO
2 Enxertia em fruteiras
francos”); e os enxertos são obtidos dos ramos das
matrizes (planta-mãe) selecionadas que se quer
propagar.
Razões para se fazer enxertia em
fruteiras
Hoje em dia, em fruticultura, tantas são as
vantagens advindas da enxertia, que para a maioria
das espécies de interesse comercial, praticamente
não se pensa em trabalhar com plantas que não
sejam enxertadas. Dentre os aspectos
interessantes que recomendam a enxertia podemos
citar:
♦ Precocidade na produção (transferência de
maturidade).
♦ Redução no porte da planta (facilita tratos
culturais).
♦ Viabilizar cultivo de espécies ou variedades
susceptíveis a problemas fitossanitários e /ou
ambientais.
♦ Assegurar/expandir características desejáveis
segregadas por mutações naturais ou
induzidas;
♦ Preservar/multiplicar variedades nobres (em
qualidade e produtividade). Evitar segregações
indesejáveis.
♦ Renovar pomares em declínio; substituir
plantas pouco interessantes; restaurar plantas
injuriadas.
♦ Caráter ornamental ou exótico (floricultura, ou
planta multivarietal).
♦ Estudos ou testes de indexação de viroses
(exocorte, sorose, xiloporose).
Como se dá a enxertia ou o que
acontece na enxertia?
Como vimos, a enxertia sobrepõe duas plantas
diferentes, às vezes três ou mais (como no caso da
enxertia de copa em seringueira), unindo-as de tal
forma que passam a ter uma vida comum. A
enxertia deve ser praticada entre espécies afins
morfológica e fisiologicamente, geralmente
espécies da mesma família e mesmo gênero na
classificação botânica. Isto, todavia não exclui a
possibilidade de se obter êxito na enxertia feita
entre espécies de gêneros e até mesmo famílias
distintas, desde que sejam preservadas as
características das espécies envolvidas no
processo. Como as diferenças geralmente vão se
acentuando à medida que se aprofunda na
classificação sistemática vegetal, vão se reduzindo
as chances de sucesso em enxertias feitas entre
espécies distantes, pois além de requerer-se
compatibilidade de tecidos (aspectos anatômicos)
exige-se ainda a afinidade na composição das
substâncias secretadas por cada espécie –
hormônios, carboidratos, proteínas, etc. (aspecto
fisiológico) -, advindo daí a necessidade de se
observar relações mais estreitas entre as espécies
envolvidas na prática de enxertia.
Embora a planta enxertada produza frutos de sabor
idêntico ao da planta que forneceu o cavaleiro, o
porta-enxerto, em alguns casos, influi no enxerto,
tendo a fruta qualidade intermediária. Seria um
híbrido de enxertia.
Citamos uma sucessão de etapas para o êxito da
enxertia:
♦ Contacto dos tecidos dos câmbios de portaenxerto
e enxerto, tendo-se o cuidado de que
as zonas cambiais tenham a maior interligação
possível.
♦ Células do câmbio das duas plantas produzem
células de parênquima, que se misturam
formando o “calo” (soldadura).
♦ Células do “calo” se diferenciam formando
novas células de câmbio.
♦ As novas células do câmbio produzem novos
tecidos vasculares, de xilema e de floema,
estabelecendo conexão vascular (dos vasos),
sem a qual não há pegamento do enxerto.
Métodos ou processos ou tipos de enxertia
Em linhas gerais a enxertia é praticada segundo
dois princípios metodológicos básicos: a borbulhia
ou escudagem e a garfagem. (Haveria ainda um
terceiro tipo, a encostia, que consiste em se
encostar o cavaleiro ao cavalo sem destacar aquele
da planta-mãe, mas por ser pouco usado, não o
consideraremos neste trabalho).
Na borbulhia, a prática da enxertia consiste em se
destacar uma gema vegetativa ou borbulha da matriz
(planta-mãe) nobre que se quer propagar, e introduzila
em muda de variedade rústica da mesma espécie
ou de espécie aproximada na classificação botânica
que se formou para porta-enxerto. Se a prática for
bem sucedida, em pouco tempo (aproximadamente
seis meses, variando de acordo com a espécie) temse
uma planta de qualidade superior a ser cultivada.
As modalidades ou métodos de enxertia mais usadas
na borbulhia são: (ver também em Anexos ilustrações
nas figuras 1a, 1b, 1c; fig. 2 e fig. 3a).
♦ “T” invertido (muito usual em citros e roseiras)
♦ Forket verdadeiro (janela aberta, placa, escudo),
usado comumente na enxertia de cupuaçu, cacau,
seringueira, castanheira. Alguns autores
costumam distinguir estes métodos (forket, janela,
Enxertia em fruteiras 3
placa, e de escudo), mas por apresentarem
pequenas diferenças em detalhes, permanecendo
similares na essência, podemos agrupá-los como
uma única modalidade.
♦ Forket modificado (janela fechada). Que é
também empregado na enxertia das espécies
relacionadas no item 2. Apresenta a diferença em
relação ao Forket verdadeiro ou de janela aberta,
de que a lígula, a parte que se abre no “cavalo”
para se fazer a introdução do “cavaleiro”, não é
completamente destacada, permanecendo ligada
pelo lado superior ou inferior ao “cavalo”, e é
reposta em seguida à pratica de introdução do
“cavaleiro”, por sobre este, para cobrir e proteger
a gema enxertada, antes de se fazer o amarrio
com a fita de plástico.
Já na enxertia por garfagem, o ponteiro ou garfo é
destacado da planta nobre a ser propagada e
introduzido em porta-enxerto rústico. Neste tipo de
enxertia o método mais usado, a garfagem de
topo, por oferecer maiores facilidades na prática,
apresenta o inconveniente de ter-se que sacrificar
o porta-enxerto na decapitação que se faz para
abertura da fenda que recebe o ponteiro acunhado
na extremidade basal. Portanto, caso o enxerto não
pegue, perde-se a muda. Na garfagem lateral, por
exemplo, isto já não acontece; se por um ou outro
motivo a enxertia não pegar, tem-se novas chances
de repetir a operação com aquele porta-enxerto
usado, mas este fato pode se tornar irrelevante
quando a enxertia por garfagem de topo é bem
praticada, situação em que dependendo da espécie
em questão, resulta em índices superiores a 90%
de pegamento dos enxertos. Os métodos mais
utilizados em garfagem são (ver também ilustração
na figura 1d, 1e, 1f; e 3a):
♦ Garfagem de topo de fenda cheia (muito usado
para abacateiros e mangueiras).
♦ Garfagem lateral no alburno (muito usado em
cajueiros).
♦ Chapa lateral (também bastante utilizado em
mangueiras).
♦ Inglês simples).
♦ Inglês complicado.
Estes dois últimos métodos, por apresentarem um
grau maior de dificuldades na operação, não são
muito usuais.
Causas de insucessos na enxertia
Uma vez obedecidas as recomendações básicas, a
enxertia, que é uma técnica agrícola relativamente
simples, apresenta sempre percentuais bem
elevados de sucesso. Todavia, requer bastante
atenção e capricho por parte de quem a executa.
Sendo atividade melindrosa, requer habilidade em
sua execução e cuidados especiais em sua
manutenção. Os ramos a serem usados como
enxerto devem ser destituídos de suas folhas e
usados no mesmo dia em que foram destacados
das matrizes. Os porta-enxertos e enxertos devem
coincidir em espessura, para que os tecidos de
câmbio fiquem bem justapostos o que possibilita a
formação do “calo”. Deve-se procurar evitar o
contato dos dedos com as partes internas dos
materiais botânicos usados na enxertia, e os
instrumentos de corte devem estar desinfectados.
Relacionamos algumas causas de insucesso na
prática de enxertia:
♦ Método de enxertia escolhido menos adequado
para a espécie.
♦ Época menos adequada para a operação (na
borbulhia a muda precisa estar “soltando a
casca”). O fim do período chuvoso pelo fato de
haver melhor circulação da seiva e por (para a
maioria das espécies frutíferas) ter se passado
a safra, vem a ser a época mais propícia para a
prática da enxertia.
♦ Idade e porte inconvenientes do cavalo.
♦ Incompatibilidade entre porta-enxerto e enxerto
por diferença de tamanho, vigor, composição
bioquímica, o que acarreta dificuldades na
formação do “calo”.
♦ Materiais botânicos (ramos para se obter o
cavaleiro) em condições precárias de
conservação.
♦ Presença de enfermidade no material botânico
utilizado.
♦ Equipamento impróprio e sem assepsia.
♦ Inabilidade do enxertador.
♦ Condução inadequada do pós-enxertia. (É
preciso que depois de enxertadas as mudas
permaneçam bem nutridas, com boa umidade,
e bem sombreadas).
Quando se faz necessário o transporte do material
botânico a ser usado, como enxerto a grandes
distâncias, é preciso acondicioná-lo em condições
favoráveis a que não desidratem. Pode-se usar
caixas de isopor contendo serragem úmida e
embrulhar os ramos em folhas de papel jornal
umedecidas, além de parafinar as pontas dos ramos.
Material necessário
Para a prática de enxertia deve-se procurar contar
com uns poucos equipamentos adequados ao bom
andamento do processo, que são: tesoura de poda;
banquinho (de uns 20-25 cm de altura, e de
4 Enxertia em fruteiras
preferência contando com gaveta para guardar os
equipamentos); caixa para guardar os ramos
contendo as borbulhas a serem enxertadas;
canivete de enxertia (encontrado nas lojas de
produtos agrícolas); lima e sapólio (para amolar
canivete e tesoura de poda); fitas plásticas
transparentes (de 1" de largura e uns 50 cm de
comprimento) para fazer o amarrio e
guarnecimento do enxerto; sacolinhas de plástico
transparente de 2 a 3 kg para servir de câmara
úmida no caso de enxertia por garfagem; parafina
ou tinta óleo ou verniz, etc., para tratar portaenxertos
decapitados nas garfagens e quando se
observa o pegamento do enxerto por borbulhia, e
os ramos que contem as gemas a serem
enxertadas, para evitar perdas de umidade, no
caso de transporte a grandes distâncias; álcool e
algodão para desinfecção do canivete de enxertia e
tesoura de poda; etiquetas de alumínio ou de
cartolina revestida de plástico, para identificações.
Seqüência lógica de três métodos ou
modalidades de enxertia: borbulhia de
placa e de “T” invertido; e garfagem
de topo de fenda cheia
A seguir apresentamos uma seqüência dos passos
que são dados na prática de enxertia por borbulhia
através dos métodos de Forket verdadeiro (ou
janela aberta ou placa ou escudo), e de “T”
invertido; e por garfagem do tipo de fenda cheia.
Geralmente na borbulhia de placa, pega-se a muda
“pé-franco” com a idade e o porte ideal a ser usado
como cavalo (características estas que variam em
função da espécie e do método de enxertia
empregado, sendo que neste método de placa,
espera-se que a muda, seja de cupuaçu, castanha,
seringueira, cacau, manga, etc., atinja um porte
que possibilite o destacamento do pequeno
retângulo da casca – de 3 a 5 cm x 0,75 cm –
onde se vai incrustar a placa contendo a gema da
planta nobre a propagar, condição esta que
normalmente não é conseguida com mudas de
menos de um ano de idade, e por isso as mudas
para enxertia por este método, têm que ser
conduzidas em sacolinhas grandes 40 cm x 20 cm),
e com a ponta do canivete de enxertia bem amolado
e em condições de assepsia impecável, depois de
verificar se o cavalo está “soltando casca” a mais
ou menos 20 cm do coleto, fazem-se duas incisões
verticais de 3 a 5 cm de comprimento, afastados
por espaço de 0,75 a 1,0 cm. Pela base destas
incisões, faz-se um corte horizontal, ligando-as.
Estes riscos (cortes) embora superficiais têm que
ser dados com firmeza para que ultrapassem a
casca e alcancem o lenho.
Em seguida com um ramo destacado da planta
matriz (que cede os enxertos) já à mão, com um
corte firme destaca-se a plaquinha retangular
(contendo a gema) do tamanho do retângulo
riscado no cavalo; retira-se os resíduos de lenho
que porventura nela existam, com cuidado, de
modo a não magoar a gema, e ajusta-a para
coincidir com o tamanho do retângulo feito no
“cavalo”, enquanto prende-a com os lábios,
levanta-se, com a ponta especial do canivete de
enxertia que fica oposta à lâmina, a porção
retangular da casca delimitada no cavalo, para
possibilitar a introdução da placa do enxerto.
Ato contínuo à introdução do “cavaleiro” faz-se o
corte horizontal do último lado (superior) do retângulo
delimitado na casca do cavalo, um pouco abaixo da
junção cavalo-cavaleiro, de modo a deixar uma
pequena lígula, para melhor proteger e fixar o
enxerto. Deve-se ter o cuidado de deixar, pelo menos
uma lateral do cavaleiro em perfeita comunhão
(justaposição exata) com o cavalo, para que haja o
pegamento do enxerto. Uma vez que a porção
retangular da casca do cavalo esteja descartada,
toma-se a fita de material plástico ou de ráfia e faz-se
o revestimento e amarrio do enxerto de modo a bem
fixá-lo e evitar a penetração de água. Observe-se que
os cortes verticais podem também se encontrar na
parte superior ao invés da inferior, precisando para
isso que haja um boleamento interno ao final dos
cortes. Neste caso, ou mesmo fazendo o corte
horizontal em cima, para ligar os dois cortes verticais
paralelos, a introdução da placa-cavaleiro é feita de
cima para baixo, ficando a lígula na parte inferior. Há
que se cuidar também para que a gema ao ser
introduzida não fique em posição invertida (de ponta
cabeça) o que acarretaria dificuldades extras à
brotação.
Manter a muda bem nutrida, molhada e sombreada
(tendo cuidados pra não cometer excessos) e por
volta dos vinte dias após a enxertia, retira-se a fita
para verificar se houve ou não pegamento do
enxerto: se a gema permanecer verdinha é sinal que
vai brotar e a formação da muda enxertada está
encaminhando-se para ser bem sucedida.
Dependendo da espécie em questão, para estimular
a concentração da energia da muda na gema, temse
caminhos diversos a seguir:
♦ Cupuaçu: decapita-se o cavalo bem acima do
ponto da enxertia de modo a deixar 1 ou 2 pares
de folhas que ajudam no pegamento e
desenvolvimento do enxerto, devendo servir
ainda este resto de caule do cavalo decapitado,
de tutor na condução adequada do enxerto
brotado.
♦ Castanha-do-brasil: ao invés de decapitar,
procede-se o anelamento do cavalo a uma
altura de 10 cm acima do ponto de enxertia.
Vale destacar que a enxertia da castanheira é
feita geralmente com mudas já no campo (no
Enxertia em fruteiras 5
local de plantio definitivo), quando a muda tem
de 1,5 a 2 anos de idade, com o caule
apresentado a um metro do solo – ponto onde
de preferência, se faz a enxertia – diâmetro de
mais ou menos 1".
♦ Manga: pode-se decapitar o cavalo a uns 3-5
cm do ponto de enxertia ou curvá-la um pouco
acima do ponto de enxertia até o solo, fixandoo
na sacolinha ao lado, situação esta em que o
enxerto, uma vez brotado, assume a posição
ereta, e quando desenvolvido, procede-se
enfim a decapitação do cavalo.
Com as mudas enxertadas formadas, bem
desenvolvidas, situação quase nunca alcançada
antes dos seis meses pós-enxertia, à exceção da
castanheira onde o enxerto já é feito no campo,
toma-se as devidas providências para plantá-las no
local definitivo, adotando todas as práticas
agrícolas recomendadas na adequada condução do
pomar, uma vez que, em se tratando de mudas
nobres, devem receber um tratamento condizente
com seu padrão.
Uma outra modalidade de borbulhia bastante usada
e simples de ser praticada é a do “T” invertido,
largamente usada em citros, roseiras e como
alternativa em diversas fruteiras que necessitam ter
um porte bem desenvolvido para que se opere os
métodos de enxertia com que são mais bem
sucedidas.
Em citros o caule do cavalo - geralmente espécies
cítricas rústicas, resistentes e tolerantes à
enfermidades e cujas espécies mais usadas são limão
Cravo, Poncirus trifoliata, limão Volkameriano, limão
Rugoso da Flórida, tangerina Cleópatra - deve ter,
quando apto à enxertia, a espessura de um lápis, a
uns 20 cm acima do coleto, porte que é alcançado
em mudas com 6-12 meses de idade. Com o cavalo
nesta condição, verificar se está “soltando casca”.
Com a ponta do canivete da enxertia, bem amolado,
proceder um corte superficial vertical de uns 3-4 cm
de baixo para cima, de acordo com a aptidão do
enxertador, e pela base fazer um corte horizontal (de
0,5 a 1,0 cm) formando o chamado “T” invertido.
Selecionar previamente o ramo da espécie nobre a
ser propagada (limão, laranja, tangerina, etc.) e
com um corte firme destacar uma plaquinha de uns
3 cm contendo a gema, que depois de ajustada é
introduzida (no caso do citros com o resíduo do
lenho) no “T” invertido assinalado no cavalo, após
levantar a casca deste com a ponta do canivete.
Depois de bem disposta no cavalo a gema recebe o
revestimento da fita plástica que não deverá ficar
nem frouxa nem apertada demais.
Em torno de 20 dias pós-enxertia retira-se a fita
plástica, e no caso da gema permanecer viável, o
enxerto está pegando. Decapitar o cavalo a uns 3
cm acima do ponto de enxertia, ou aguardar mais
alguns dias para que a gema confirme a brotação,
quando então se faz a degola do cavalo no mesmo
ponto citado. Depois de uns 5-6 meses de bons
cuidados no pós-enxertia, onde a brotação do
enxerto, depois de tutorado com o “cabide” (toco do
cavalo que fica acima do ponto de enxertia) ou ripas,
recebe poda de formação, fazendo-se nela o desponte
a uns 60 cm do solo, para emissão de novas
brotações que são conduzidas com o aproveitamento
de três “pernadas”, e as brotações inconvenientes,
oriundas do cavalo são extirpadas, para não concorrer
com aquela brotação nobre do enxerto que se quer
cultivar, a muda está apta a ir para o campo.
Vale salientar, que o procedimento na formação de
muda enxertada de citros difere da maioria das
fruteiras, pela condução que recebe, desde a
semeadura dos futuros porta-enxertos em
sementeiras até a retirada das mudas do viveiro,
para serem levadas ao campo, quando, por serem
os citros espécies muito rústicas, toleram,
inclusive, serem transportadas de raízes nuas, com
poda das raízes e de parte aérea.
Por volta dos 5-6 meses depois da semeadura, as
mudas que vão servir de cavalo, são repicadas de
raízes nuas para área de viveiro, onde espaçadas
de 0,5 x 0,5 m ou em fileiras duplas de 0,40 x
0,40 x 0,40 x 0,80 m, espera-se que alcancem o
desenvolvimento suficiente (por volta de um ano),
para serem enxertadas.
Na garfagem, o método de topo de fenda cheia,
pela facilidade em sua operação, é o mais difundido.
É muito usado em enxertias de mangueiras,
abacateiros, cajueiros, fruteiras diversas e plantas
ornamentais. Nas plantas em que, para enxertia
normalmente se empregam outros métodos, a
garfagem de topo se constitui em boa alternativa,
quando as condições práticas não forem as mais
propícias à efetivação dos métodos tradicionais.
Juntamente com os métodos de enxertia por
borbulhia de placa e de “T” invertido, compõe a
tríade dos métodos de enxertia mais praticados.
Em sua operação, a idade e o porte adequados dos
cavalos variam muito de acordo com a espécie em
questão. Assim, em abacateiros e cajueiros a
enxertia é praticada quando as mudas são ainda
bastante jovens (2 a 3 meses), com o caule ainda
bem tenro. Em mangueiras, já são enxertados
cavalos mais velhos (de 6 meses a 1 ano).
A prática de garfagem de topo, das mais simples,
inicia-se pela escolha dos ponteiros da planta nobre a
ser reproduzida. O ponteiro ou garfo deve ter de 8 a
10 cm de comprimento e espessura (diâmetro)
semelhante a do cavalo, devendo ser retirado da
planta mãe selecionada, com o auxilio de uma tesoura
de poda que é usada também para eliminar as folhas,
um pouco acima da base do pecíolo, deixando apenas
as folhinhas do ápice caulinar. Esses ponteiros,
quando transportados a grandes distâncias, devem
6 Enxertia em fruteiras
receber tratamento adequado para não ficarem
ressecados, podendo deixá-los em meio à serragem
úmida, ou envoltos em folhas de jornal umedecidas,
guarnecidos em caixas de isopor. Em seguida, no
viveiro, pega-se a muda a ser usada como cavalo e
com a tesoura de poda decapita-se a uns 2-3 cm a
partir do topo, apanha-se o ponteiro da planta nobre
anteriormente preparado, e nele faz-se uma cunha ou
bico de gaita do tamanho da fenda aberta no cavalo,
cortando em bisel nos dois lados, na ponta onde
recebeu o corte que o destacou da planta-mãe. Feito
isso, justapõe-se o cavaleiro ao cavalo cuidando-se
para que eles fiquem com as cascas em pelo menos
um lado perfeitamente ajustados. Fazer o amarrio com
fita plástica, tomar uma sacolinha também de plástico
transparente e improvisar uma câmara úmida para
melhorar as chances de pegamento do enxerto. De 20
a 30 dias depois de feita a enxertia, retirar o saquinho
e a fita plástica, e se o ponteiro permanece verde e há
indício do processo de formação do “calo”, o enxerto
está pegando. Daí para frente é manter as mudas em
condições adequadas de nutrição, umidade e
sombreamento, e dentro de uns 6 meses as plantas
estarão adequadas para irem ao campo, para plantio
em local definitivo.
Finalmente, o viveirista que produz mudas
enxertadas em larga escala, deve procurar instalar
jardins clonais das principais espécies com que
trabalha, para ter sempre disponível material
botânico de qualidade a ser utilizado como
cavaleiro, sem o que, teria sempre dificuldades
extras na operacionalização do seu trabalho.
Como são feitos os enxertos de plantas?
O enxerto é a união do tecido de duas plantas diferentes e pode ser feito de várias maneiras
Há dois usos principais. Um deles é quando o solo tem bactérias e fungos, e só o porta-enxerto resiste às pragas, e o outro é quando se quer produzir um fruto com mais qualidade. O que há em comum entre as técnicas (veja abaixo) é que o cruzamento precisa de duas plantas: o enxerto e o porta-enxerto.
A primeira planta geralmente é chamada de garfo ou cavaleiro (é a árvore que, no final, vai produzir os frutos) e a segunda planta é chamada de cavalo ou cavalinho (é a que vai dar suporte, fornecendo água e nutrientes). A principal vantagem desse método é que o porta-enxerto permite cultivos em regiões onde em condições normais não aconteceriam, seja por condições climáticas, seja pela presença de pragas.
PLANTÃO MÉDICO
Como funcionam as "cirurgias" para fazer enxertos em vegetais
A primeira planta geralmente é chamada de garfo ou cavaleiro (é a árvore que, no final, vai produzir os frutos) e a segunda planta é chamada de cavalo ou cavalinho (é a que vai dar suporte, fornecendo água e nutrientes). A principal vantagem desse método é que o porta-enxerto permite cultivos em regiões onde em condições normais não aconteceriam, seja por condições climáticas, seja pela presença de pragas.
PLANTÃO MÉDICO
Como funcionam as "cirurgias" para fazer enxertos em vegetais
Técnica de borbulha PARA QUE TIPO DE PLANTA É INDICADO - Cítricos (laranja, tangerina e limão-cravo) QUANTO TEMPO DEMORA PARA VINGAR - Um mês |
Técnica de garfo PARA QUE TIPO DE PLANTA É INDICADO - Vinhedos e hortaliças como tomate |
Técnica de encostia PARA QUE TIPO DE PLANTA É INDICADO - Laranjeira e mamoeiro QUANTO TEMPO DEMORA PARA VINGAR - Dez dias |
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Tipos de Raízes:
Raiz fasciculada.
Conjunto de raízes finas que partem de um único ponto, possuindo todas elas o mesmo diâmetro. Esse tipo de raiz também pode ser chamado de raízes em cabeleira. Ela pode ser encontrada em plantas como o milho, a grama, a cebolinha, a cana, entre outras.
Alface
Raiz pivotante.
Também chamada de raiz axial, esse tipo de raiz se caracteriza por apresentar uma raiz principal, da qual saem pequenas raízes que também se ramificam e são chamadas de raízes laterais ou raízes secundárias. Podemos encontrar esse tipo de raiz em plantas como o café, feijão, laranjeira, abacateiro, ipê, etc.
Cariru
Raiz tuberosa.
l
A principal diferença entre os três é o local em que as reservas de nutrientes são acumuladas. Enquanto em bulbos e tubérculos elas aparecem no caule do vegetal, nas tuberosas elas ficam nas raízes. Para entender melhor essa diferença, observe as três figuras acima. A primeira imagem é uma raiz tuberosa, como a beterraba e a cenoura. Nesse tipo de vegetal, os nutrientes se acumulam dentro da raiz, embaixo da terra, e o caule fica acima da superfície. A segunda figura é de um tubérculo. Ele se caracteriza por ter um caule subterrâneo em formato geralmente arredondado, com gemas, ou olhos, em reentrâncias, que é capaz de armazenar energia em forma de amido e inulina, entre outras substâncias. As raízes do tubérculo apenas fixam o vegetal ao solo, absorvem e conduzem água e nutrientes, sem acumulá-los. Um exemplo clássico de tubérculo é a batata. A terceira imagem refere-se ao bulbo. Como o tubérculo, ele também apresenta um caule subterrâneo, mas seu formato é bem diferente. O caule do bulbo é reduzido a um disco basal ou a um eixo cônico achatado, denominado prato. São exemplos de bulbo a cebola - composta de uma pequena parte mais dura em sua base, que corresponde ao caule (observe a imagem acima), e uma parte maior branca, formada pela sobreposição de estruturas foliares - e o alho - constituído de muitos bulbilhos, cada um com a mesma estrutura básica do bulbo. As raízes desse vegetal também não acumulam nutrientes., esse tipo de raiz se caracteriza por apresentar uma raiz principal,
Tipos de Folhas:
Folhas Modificadas:
Guia Pepino
Folhas Simples:
Folha Couve
Folhas Compostas:
Folha Cajamanga
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Cultura do Repolho
Você sabe quais são as hortaliças crucíferas e quais são os seus benefícios para a saúde? Fazem parte desse grupo: couve-flor, repolho, brócolis, couve-manteiga, couve de bruxelas, mostarda, nabo, agrião, rabanete e rúcula. Devido a sua importância e benefícios para a saúde estão dentro dos alimentos funcionais. Com baixo teor calórico, ricas em fibras, vitaminas (E, K e C) e minerais (cálcio, magnésio, fósforo, selênio) esses vegetais são ainda fontes de luteína, betacaroteno, quercetina e poderosos antioxidantes.
Não é de hoje que uma substância chamada sulforafane, que é encontrada principalmente no brócolis, além de estar presente também na couve-flor e couve, faz sucesso entre os cientistas. Diversos trabalhos mostram que ela ajuda a diminuir o risco para a formação de tumores. Recentemente, um estudo publicado no periódico científico Obesity aponta sua atuação também contra o ganho de peso e combate à obesidade. Os pesquisadores da Universidade Chungbuk, na Coréia do Sul, observaram que o composto interfere no desenvolvimento dos adipócitos, ou seja, no aumento da células de gordura. Em outras palavras, essa substância é capaz de brecar o processo que faz com que esse grupo celular cresça e se multiplique.
Vale apena incluir regularmente os alimentos crucíferos na sua mesa, procurando sempre variar as opções de alimentos do grupo. Uma dica para assegurar a presença do composto sulforafane no alimento é preparar esses vegetais no vapor, pois esse composto se perde facilmente quando preparado em altas temperaturas.
Agora atenção para mais algumas orientações fundamentais para o preparo ideal das Crucíferas:
• Preparar as hortaliças inteiras ou subdividi-las o mínimo possível para evitar que se percam vitaminas e minerais;
• Cozinhar as hortaliças o mais próximo possível da hora de servi-la;
• Cozinhar as hortaliças em pequenas quantidades de água, apenas para cobrir o vegetal, pois todas as substancia solúveis (proteínas, glicídios, sais minerais, vitaminas, substâncias extrativas, pigmentos, ácidos e taninos) podem passar para o meio de cocção. As perdas são tanto maiores quanto maior for o volume de água usado;
• Nunca adicionar bicarbonato de sódio ao meio de preparação;
• Observar o “ponto”. É importante conservar a forma, por motivos estéticos e para a redução de perdas nutricionais;
• Colocar as hortaliças na água já em ebulição para encurtar o tempo de preparação;
• Cozinhar as hortaliças de sabor forte, ricas em enxofre – repolho, couve-flor-, em panela destampada e em quantidade maior de água, para a volatilização dos ácidos aromáticos. Cozinhá-las demais produz sabor indesejável e escurece-lhes a cor;
• Cozinhar a couve-flor e os brócolis com o talo voltado para baixo;
• Usar a água de cocção de hortaliças para sopas, molhos e ensopados;
E aí, o que acha de incluir essas hortaliças na sua alimentação diária? Vale a pena!
O repolho é uma planta herbácea, bienal, de pequeno porte, do gênero Brassica e pertencente à família Brassicaceae, da qual estão inclusas milhares de espécies, entre elas vários vegetais crucíferos como a couve, o brócolis e a couve-flor. Cultivado há milhares de anos, desde cerca de dois mil anos antes de Cristo, o repolho é uma hortaliça de cabeça conhecida por conter diversos nutrientes, principalmente vitamina C.
Como plantar repolho
Os repolhos são plantas da espécie Brassica oleracea que produzem uma cabeça compacta de folhas durante seu ciclo de vida. Outras plantas da mesma espécie são a couve, a couve-rábano, a couve-flor e o brócolis.
Há cultivares de repolho com cabeças que variam em tamanho, forma e cor, sendo que existem dois grupos principais de cultivares, os que têm folhas lisas (Brassica oleracea Grupo capitata) e os que têm folhas crespas (Brassica oleracea Grupo sabauba), conhecidos como repolhos-crespos, repolhos-savoy ou couves-lombardas.
O repolho pode ser consumido cru ou cozido, e é muito comum seu uso em conservas. Contudo, o cozimento exagerado do repolho produz um sabor e um cheiro desagradáveis, resultado da produção de sulfeto de hidrogênio durante o cozimento. Dentro de certos limites, quanto mais tempo o repolho for cozido, mais forte será seu sabor e mais desagradável seu odor (poucos minutos de cozimento podem fazer uma grande diferença). O tempo ideal de cozimento para o repolho cortado em tiras finas é de aproximadamente 4 minutos, podendo variar de cultivar para cultivar.
Clima
O repolho é uma hortaliça de clima frio, sendo que algumas variedades cultivadas podem sobreviver mesmo quando a temperatura chega a -10°C por curtos períodos de tempo. Algumas variedades cultivadas de repolho estão adaptadas a climas mais quentes e toleram temperaturas mais altas. É importante escolher uma variedade cultivada de repolho de acordo com o clima local e a época do ano em que ocorrerá o plantio. Há cultivares de inverno e cultivares de verão.
Longos períodos com temperaturas muito altas ou muito baixas podem induzir plantas bem desenvolvidas a florescer precocemente.
Luminosidade
Necessita de alta luminosidade, devendo ser cultivado com luz solar direta.
Solo
O solo deve reter bem a umidade, mas deve ser bem drenado, e deve ser fértil e rico em matéria orgânica. O pH do solo pode ficar entre 6 e 7,5.
Irrigação
É exigente quanto a disponibilidade de água e deve ser irrigado com frequência, de forma que o solo fique sempre úmido, mas sem ficar encharcado.
Plantio
O plantio é feito através de sementes, que podem ser semeadas diretamente no local definitivo ou podem ser semeadas em sementeiras, com as mudas de repolho sendo transplantadas quando atingem aproximadamente 10 a 15 cm de altura. A profundidade da semeadura pode ser de 1 a 2 cm e a germinação normalmente ocorre em menos de uma semana.
O espaçamento recomendado entre as plantas pode variar de 30 a 60 cm, dependendo da variedade cultivada e do tamanho da cabeça que se deseja colher. Dentro de certos limites, quanto maior o espaçamento, maiores poderão ser as cabeças formadas.
Tratos culturais
Elimine as plantas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes.
Colheita
A colheita do repolho ocorre de dois a quatro meses após o plantio, dependendo da variedade cultivada e das condições de cultivo. Colha quando as cabeças estão bem formadas, firmes e compactas.
Algumas variedades cultivadas podem rebrotar e produzir uma segunda colheita de pequenas cabeças se as plantas forem deixadas no solo com um caule de pelo menos 10 cm de altura.
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